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Paideia: uma escola libertária de referência – Pedagogia libertária

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Paideia: uma escola libertária de referência —- A escola infantil Paideia começou a funcionar em Mérida em 1978. É uma escola de referência da pedagogia libertária a dois passos do Alentejo. Inspira-se nas ideias do pedagogo anarquista Francisco Ferrer y Guardia fuzilado em Montjuich (Barcelona), em 1909, tendo havido violentos e massivos protestos em Portugal pela sua execução. —- Hoje as suas ideias permanecem vivas e atuais. Francisco Ferrer defendia que a educação deve permitir a que cada um de nós possa “aspirar a viver vidas múltiplas numa só vida”. Agostinho da Silva, enquanto livre pensador, partia também de pressupostos muito idênticos. —- A escola livre Paideia funciona de forma autogerida, isto é, não segue os costumes ou métodos da educação oficial, seja estatal ou privada, tanto ao nível das crianças como relativamente ao coletivo constituído pelos adultos.

Este coletivo é composto por pessoas que realizam o seu trabalho na escola a tempo inteiro e por outras pessoas que tem outros empregos fora da escola e que se incorporam na dinâmica da escola,em horário pós-laboral. Esses são geralmente a maioria dos membros dadas as condições atuais.

As pessoas que possuem outro trabalho, além de colaborarem com a dinâmica educativa, ajudam economicamente a escola, uma vez que a sua situação é frequentemente deficitária. A responsabilidade é dividida em todos os aspectos; as decisões são coletivas e tomadas em assembleias, cada pessoa dá segundo suas possibilidades e recebe conforme suas necessidades. Como a contribuição dos pais e mães é a menor possível e deve cobrir áreas como o Transporte escolar, pequeno almoço, almoço, lanche, material escolar, obras e desgastes do espaço físico, a remuneração das pessoas que trabalham na escola, é feita da seguinte maneira:

Todos os gastos são pagos e o que sobra é dividido entra as cinco pessoas que trabalham na escola em tempo integral. Levando em linha de conta que a remuneração das pessoas da cooperativa se reflete nos seus gastos fixos mensais e outros extraordinários, o dinheiro necessário tem a ver com situação e as necessidades que a escola tem em cada momento, e depende muito do número de alunos que a frequentam. Atualmente existem 31 pessoas nos níveis primário e secundário e 15 na educação infantil.

Além destas formas de captação de recurso existem outras: algum@s pais/mães nos entregam uma quota de solidariedade, maior que a estipulada. Não que seja muito, mas ajudam, principalmente, quando existem outras pessoas com dificuldades econômicas pontuais ou permanentes. Porque ninguém deixa de ir a escola por questões econômicas, já que o Coletivo sempre assume estas situações quando acontecem. Alguns coletivos libertários, certas individualidades libertárias ou anarquistas, ajudam-nos com alimentos, materiais ou algum dinheiro que aliviam um pouco nosso constante déficit.

Outro coletivo, adjunto a escola, é o das Mulheres pela Anarquia, composto por todas as mulheres do Coletivo Paideia e algumas outras muito próximas de nós. Este coletivo publica periódicamente uma revista “Igualancia” e um panfleto de denúncia “La ortiga libertária”.

Mais infos
paideiaescuelalibre.org/

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Algumas notas sobre a pedagogia libertária

A pedagogia libertária espera que a escola exerça uma transformação na personalidade dos alunos, num sentido libertário e autogestionário (a escola institui, com base na participação dos grupos, mecanismos instituicionais de mudança, através de assembleias, conselhos, eleições, reuniões e associações).

Pedagogia Libertária e as Matérias Escolares

As matérias são colocadas à disposição do aluno, mas não são exigidas. São um instrumento a mais, porque
o que realmente é importante para a pedagogia libertária é o conhecimento que resulta das experiências vividas pelo grupo. O método de ensino, portanto, dá-se na vivência grupal, é na forma de autogestão que os alunos buscarão encontrar as bases mais satisfatórias de sua própria aprendizagem, sem qualquer forma de poder. Trata-se de colocar nas mãos do aluno tudo o que for possível. Os alunos têm liberdade de trabalhar ou não, ficando o interesse pedagógico na dependência das suas necessidades ou das do grupo.

Pedagogia Libertária e o Papel do Professor e do Grupo

A pedagogia libertária considera desde o início a ineficácia e a nocividade de todos os métodos à base de obrigações e ameaças. Nesse sentido, o professor deve pôr-se ao serviço do aluno sem impor as suas concepções e ideias, sem fazer do aluno um “objeto”, e deve-se misturar no grupo para uma reflexão em comum.

Toda essa liberdade de decisão tem um sentido bem claro. Se um aluno resolve não participar, fá-lo porque
não se sente integrado, mas o grupo tem responsabilidade sobre esse fato e tem que colocar a questão em discussão.

Pedagogia Libertária e a Avaliação

O critério de relevância do saber é o seu possível uso prático. Por isso mesmo não faz sentido qualquer tentativa de avaliação da aprendizagem e ainda menos em termos de conteúdos.

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